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Cada candidato pode acessar o 'espelho' do texto que entregou no dia da prova (ou seja, a versão digitalizada da dissertação). Inep libera a chamada 'vista pedagógica' para detalhar a nota dos alunos e auxiliá-los nos estudos. Os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 já podem consultar, na Página do Participante, o "espelho" da redação — ou seja, a versão digitalizada do texto que entregaram no dia da prova. Nesta reportagem, leia exemplos de quem alcançou nota mil e aproveite para se inspirar. Os temas mudam a cada ano, mas a estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão com proposta de intervenção) exigida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e os critérios de correção continuam os mesmos. Em 2022, os candidatos tiveram de escrever sobre: 'Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil' e "Desafios para a (re)inserção socioeconômica da população em situação de rua no Brasil" (reaplicação da prova em dezembro, para pessoas privadas de liberdade e para quem ficou sem luz ou foi afetado por algum problema logístico na data original). ⚠️Observação: as transcrições abaixo foram fiéis aos textos dos alunos, incluindo possíveis erros de português. ✏️Maria Luiza Januzzi, de Valença (RJ) Trecho de redação nota mil de Maria Luiza Jannuzzi no Enem 2023 Reprodução/Inep De acordo com a pensadora brasileira Djamila Ribeiro, o primeiro passo a ser tomado para solucionar uma questão é tirá-la da invisibilidade. Porém, no contexto atual do Brasil, as mulheres enfrentam diversos desafios para que seu trabalho de cuidado seja reconhecido, gerando graves impactos em suas vidas, como a falta de destaque. Nesse sentido, essa problemática ocorre em virtude da omissão governamental e da influência midiática. Dessa forma, em primeiro plano, é preciso atentar para o descaso estatal em relação aos obstáculos enfrentados diariamente por mulheres que trabalham como cuidadoras. Segundo John Locke, “as leis fizeram-se para os homens e não para as leis”. No entanto, a inércia governamental direcionada à tais pessoas não cumpre com o previsto na Carta Magna, visto que a falta de investimento em políticas públicas causa dificuldades no âmbito profissional deste setor - como a desvalorização salarial. Isso contribui para que suas necessidades sejam cada vez mais negligenciadas. Além disso, a influência dos meios digitais é um fator agravante no que tange ao problema. Para Chimamanda Adichie, mudar o “status quo” - o estado atual das coisas - é sempre penoso. Essa conjuntura pode ser observada no papel que a mídia possui na luta diária de mulheres que exercem o trabalho do cuidado ou doméstico, uma vez que ela auxilia no fortalecimento de uma mentalidade social machista no país. Isso ocasionou o silenciamento da população feminina, enraizando a lógica do patriarcado na sociedade. Diante do exposto, as mulheres perdem a voz na busca por direitos profissionais na área de cuidado, ao ser propagada a ideia de que essa função é sua, e somente sua, obrigação. Portanto, é necessário que esta situação seja dissolvida. Para isso, o governo, órgão responsável por garantir a condição e existência de todos, deve prover apoio psicológico e financeiro às cuidadoras, por meio de investimentos e pelo exercício das leis, a fim de sanar a vulnerabilidade socioeconômica existente no cotidiano desses grupos. Paralelamente, os meios de comunicação precisam combater a lógica de inferioridade e a concepção machista agregadas a este trabalho. Assim, será possível solucionar esta questão, pois será retirada do cenário de invisibilidade, como propõe Djamila. ✏️Matheus Almeida Barros, de Paraíso (TO) Trecho de redação de Matheus Barros, nota mil no Enem 2023 Reprodução/Inep Por meio do seu livro "Brasil, país do futuro" - publicado no último século - o escritor austríaco Stefan Zweig expressou a sua confiança de que a nação cresceria e se desenvolveria exponencialmente. Para além disso, nos dias atuais, a sociedade brasileira vivencia uma situação inversa, uma vez que a constante invisibilidade feminina relacionada ao trabalho de cuidado e seus impactos negativos na contemporaneidade não são características de um "país do futuro". Desse modo, algumas negligências governamentais impulsionam a desvalorização trabalhista de cuidado desempenhado pela mulher brasileira e promovem o desenvolvimento de diversas desigualdades econômicas. Logo, tanto a inefetividade das leis direcionadas ao público feminino quanto a escassez de investimentos na educação capacitiva são suscitadores da problemática. Em primeiro plano, é imprescindível destacar a baixa eficiência das leis relacionadas ao trabalho da mulher como um fato que potencializa a invisibilidade do esforço doméstico e de cuidados desse grupo. Nesse sentido, o escritor brasileiro Gilberto Dimenstein defende que a legislação brasileira funciona somente no papel e, na prática, é ineficiente. A partir disso, tal tese pode ser comprovada por meio da má aplicação das leis trabalhistas femininas, uma vez que tais documentos não garantem, efetivamente, os direitos fundamentais da mulher, especialmente no âmbito do trabalho, e geram uma dependência dessa parcela ao cuidado doméstico, que é amplamente desvalorizado e, muitas vezes, não remunerado. Logo, tal insuficiência do sistema legislativo promove uma exploração exagerada da população feminina no país. Além disso, vale ressaltar, ainda, a falta de verbas destinadas à educação como um fator que agrava e desvaloriza o trabalho de cuidado exercido pela mulher brasileira. Nesse sentido, o filósofo esloveno Slavoj Zizek afirma que os políticos liberais modernos priorizam interesses mercadológicos e menosprezam atitudes que beneficiem a coletividade. Dessa maneira, verifica-se uma imprudência estatal que, por sua vez, despreza a importância da educação ao não investir na capacitação feminina, o que impede a entrada desse grupo no mercado de trabalho e obriga a mulher a realizar os desvalorizados "trabalhos de cuidado". Com isso, atitudes que visem ampliar a qualidade do sistema educacional brasileiro mostram-se amplamente necessárias. Portanto, vistos os fatores que impactam negativamente na valorização do trabalho de cuidado feminino, medidas são necessárias para combatê-los. Cabe ao governo federal a realização de fiscalizações legislativas e, por meio de inspeções e vistorias em residências de risco, verificar se as leis trabalhistas femininas estão sendo devidamente aplicadas, a fim de garantir a não exploração da mulher doméstica. Ademais, o Ministério da Educação deve, através do FUNDEB - o Fundo Nacional de Educação Básica destinar investimentos às escolas, visando promover uma capacitação geral e inserir as mulheres em um mercado de trabalho justo. Somente assim, o público feminino conquistará a devida visibilidade no âmbito do trabalho. ✏️Luana Pizzolato, de São Bernardo do Campo (SP) Trecho de redação nota mil de Luana Pizzolato no Enem 2023 Reprodução/Inep As décadas finais do século 20, no Brasil, foram marcadas pela presença de movimentos sociais diversos, como o de ruptura das condições de gênero que prejudicavam as mulheres no meio social. Embora as manifestações tenham conquistado direitos, ainda há problemas que assolam o cotidiano feminino das brasileiras, como a invisibilidade do trabalho de cuidado. De fato, essa questão é influenciada pelo sistema capitalista e pela manutenção da visão patriarcal. Logo, é urgente sanar os desafios e enfrentar a problemática. Diante desse cenário, cabe analisar a relação entre o modelo econômico e a invisibilidade referida. Consoante a tese do sociólogo Karl Marx, os donos de produção, no capitalismo, possuem como fim o maior lucro possível. Nessa perspectiva do autor, nota-se que essa mentalidade econômica ainda rege as relações atuais, incluindo as do Brasil. Desse modo, em um contexto que o trabalho de cuidado não reproduz o capital desejado pelas empresas, esse é invisibilizado e mal remunerado. Portanto, é visível que o sistema capitalista é um entrave na questão sofrida pelas mulheres. Ademais, a permanência da visão patriarcal acentua o problema dessa invisibilidade. Tal situação é explicada pois, desde o período colonial do Brasil, as mulheres foram designadas a cumprir funções domésticas e de cuidado, já que não eram vistas como capazes de exercer outro ofício. Nesse cenário, ao relacionar com a atualidade, é nítido que essa convenção social do papel da mulher foi mantido como modo de continuar o privilégio dos homens, detentores do poder. Assim, ao passo que esses se consideram superiores, não há uma luta para valorizar o trabalho de cuidado, já que é visto como função intrínseca e obrigatória do gênero feminino. Em suma, constata-se que mudanças devem ocorrer para enfrentar os desafios da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher. Para isso, cabe ao poder legislativo, na condição de detentor dos meios legais de transformação, criar leis que tornem obrigatória a remuneração digna desse ofício com inclusão no mercado, além de regulamentar sua valorização. Essa proposta deve ser aprovada por meio de um debate na Câmara dos Deputados e tem como fim acabar com a invisibilidade desse trabalho. Feito isso, a questão deixará de ser um problema do corpo social brasileiro. **Esta reportagem está em atualização. Vídeos Enem 2023: professores comentam tema da Redação
Especialistas comentam resultados do sistema, considerado exitoso no combate à evasão escolar, mas criticado por muitos pais. Eles explicam também como funciona o método em outros países A progressão continuada foi pensada para ter avaliações constantes. Getty Images As duas filhas do consultor Fábio Olmos, de 7 e 9 anos, estudam na escola municipal na Vila Matilde, na Zona Leste de São Paulo, que o pai considera de ótima qualidade: tem bons professores, bom diálogo com os pais, boa estrutura e é referência no bairro. Sua filha mais nova, no entanto, ainda não adquiriu as habilidades de leitura e escrita esperadas para sua idade, e Olmos gostaria que ela repetisse o segundo ano do ensino fundamental por causa disso. 👉🏾 Mas, como a rede pública da cidade usa a chamada progressão continuada — em que os alunos recebem aulas de reforço mas não repetem o ano — não existe essa possibilidade. Ao fim do primeiro ciclo, que termina na 3ª série, ela está fazendo aulas de reforço para conseguir acompanhar o ciclo seguinte. Fábio não gosta desse sistema. “É minha única reclamação. Não adianta ela passar de ano e ter dificuldade de escrever. Ela pode não conseguir se recuperar", diz ele. Como ela vai avançar e estudar, por exemplo, inglês, se ainda tem dificuldade em escrever no próprio idioma? Fábio acha que as aulas de reforço da sua filha, que começa a estudar mais cedo duas vezes por semana para isso, não são suficientes. “Sei que ao repetir ele pode ficar frustrada, porque os amiguinhos foram para outra sala. Mas é um problema menor diante da possibilidade de ela avançar sem ter aprendido”, afirma. Ele não está sozinho no descontentamento: muitos pais reclamam da progressão continuada, e há críticas até mesmo entre professores. A diferença é que, em vez de um aluno poder repetir todos os anos caso não atinja as notas esperadas, a repetição só é possível ao final de cada ciclo, que costuma ser de três anos. 📊 A progressão continuada foi adotada no Brasil a partir da criação da Lei de Diretrizes e Bases (LBD) para a educação, em 1996. A legislação criou a possibilidade de uso desse novo sistema de progressão escolar, mas não o tornou obrigatório. Cada Estado e município decide se adota e quais são as regras, e nem mesmo o Ministério da Educação (MEC) diz saber quantos Estados usam a progressão. São Paulo foi o primeiro Estado a implementar o modelo em toda a rede pública estadual, em 1998. Aos menos outros nove Estados adotaram a progressão continuada ou um sistema equivalente desde então, segundo um levantamento da BBC News Brasil. Seis Estados informaram que não usam a progressão, e 11 não responderam à consulta da reportagem. Anna Helena Altenfelder, do Centro de Estudos e Pesquisa em Educação (Cenpec), organização sem fins lucrativos voltada para a promoção da qualidade do ensino público nacional, explica que a progressão continuada foi criada para combater a evasão escolar e atingir a meta de universalizar a educação brasileira, ou seja, garantir o acesso de todos a um ensino de qualidade e que continuem na escola. A pesquisadora diz que a estratégia funcionou: a evasão caiu. Mas o método é muito questionado porque criou um novo problema. Um aluno pode chegar ao fim do ensino fundamental sem ter conhecimentos básicos — há casos em que o estudante passa para o ensino médio sem compreender um texto básico. Resultados do sistema de avaliação de rendimento escolar do Estado de São Paulo, que foi pioneiro no uso da progressão, mostram que, em 2019, a última prova aplicada antes da pandemia, 69% dos alunos do 9º ano do ensino fundamental tinham conhecimentos abaixo do considerado adequado em português. Em matemática, 80% dos alunos do 9º ano tiveram desempenho abaixo do ideal. Foram feitos outros estudos desde então, mas, segundo os especialistas, a pandemia de covid-19 gerou dificuldades que afetaram os dados, tornando-os ruins para esse tipo de análise. Educadores ouvidos pela BBC News Brasil apontam, no entanto, que o problema não está na progressão continuada em si, mas em como ela é aplicada, especialmente quando isso significa uma aprovação automática. Além disso, Estados que não usam o sistema têm resultados semelhantes aos que usam — o que indica que os problemas de aprendizagem no ensino público brasileiro têm uma causa mais profunda, apontam os especialistas. “Se você perguntar para dez pessoas, mais da metade vão dizer que têm preocupação com a progressão continuada. Vão dizer que os alunos saem da escola sem saber português, matemática”, diz Altenfelder. “De fato, as avaliações mostram que há insuficiências de maneira evidente. O equívoco está em achar que o sistema anterior era melhor.” O que estudos dizem sobre a repetição de série A repetição de séries na educação é tema de inúmeros estudos no Brasil e no exterior. Uma análise da Unesco, braço das Nações Unidas para educação, mostra que, embora existam estudos que apontem alguns benefícios do uso de repetição a cada série, a maioria dos indícios é de que, em países em desenvolvimento, isso gera mais danos do que vantagens. "Na América Latina, estudantes que repetiram pelo menos uma vez obtém resultados mais baixos em todos os exames, sobretudo em matemática e leitura", explica Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil. "Ou seja, o estudante repete para que ele melhore seu desempenho acadêmico, mas isso muitas vezes não acontece." A análise da Unesco aponta ainda que a repetição de ano está associada a um maior risco de abandono da escola, a um maior índice de atraso de dois anos ou mais dos alunos em relação à série que deveria estar de acordo com sua idade, a chamada defasagem idade-série, e a impactos negativos na autoestima e motivação dos repetentes. Os dados mostram também que os resultados escolares gerais onde a repetência é aplicada são muito parecidos com os de onde a progressão continuada foi adotada. Por exemplo, no Paraná, onde não há progressão, o sistema de avaliação de rendimento escolar de 2019 mostrou que 68% dos alunos do 9º ano do ensino fundamental estavam abaixo do esperado em português, muito próximo dos 69% de São Paulo. Otero explica que a Unesco não faz uma recomendação específica sobre o assunto, porque qualquer orientação requer aprovação de todos os países membros e não há consenso. Ela defende que a repetição de série "deve ser o último recurso para remediar a situação de atraso dos estudantes na aprendizagem". Altenfelder argumenta que a repetência não é uma boa ferramenta pedagógica, porque, em geral, um estudante não adquire as habilidades que não conseguiu desenvolver antes ao cursar de novo um mesmo ano letivo. “Tanto que os alunos que repetem, repetem uma, duas, três vezes. Claro que sempre vai ter alguém que conhece um aluno que repetiu e depois progrediu, passou a aprender, mas isso é a exceção”, diz a pesquisadora. "Os alunos que repetem de ano o fazem várias vezes e acabam largando a escola. E o aluno estar fora da escola é o pior cenário." A visão é compartilhada por Ivan Gontijo, gerente de políticas educacionais da organização sem fins lucrativos Todos pela Educação. “Se o aluno repetiu, o que faz você acreditar que fazendo tudo exatamente da mesma forma, tendo as mesmas aulas, os mesmos problemas na rede, ele vai aprender?", diz Gontijo, que já foi professor de ensino fundamental. "Não vai funcionar, é preciso ter um comprometimento diferente com esse estudante.” As evidências de que a repetição de série está ligada a uma maior evasão escolar são motivo de preocupação para gestores públicos, diz Gontijo, porque o Estado deve garantir que todas as crianças e adolescentes estejam estudando. Estrutura escolar, como bibliotecas acessíveis, é essencial para o funcionamento do modelo. BBC Por que a progressão continuada foi adotada? Quando a progressão começou a ser adotada no Brasil, os altos índices de reprovação, defasagem idade-série e evasão escolar eram os grandes desafios da educação pública, explica a pedagoga Cleidilene Ramos Magalhães. “O Brasil é um país que universalizou a educação muito tardiamente, somente no final do século passado”, afirma Magalhães, que é professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). “Mas a ideia de progressão continuada e esse entendimento de que a repetência não é uma boa prática são algo que existe desde os anos 1920.” O sistema de ciclos e progressão continuada de fato ajudaram a reduzir o abandono da escola, afirma a pesquisadora Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, que se dedica a melhorias na formação de profissionais da educação. Em 2007, o índice era de quase 5% no ensino fundamental e caiu progressivamente até atingir 2,2% em 2020, antes de voltar a subir em meio à pandemia de covid-19), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Educação (MEC). No ensino médio, a evasão era de 13,2% em 2007 e passou para 6,9% em 2020. O Brasil não eliminou totalmente a reprovação com muitos pensam, diz Costin, e ainda se reprova muito, tanto onde existe essa possibilidade ao final de um ciclo quanto onde não se aplica a progressão continuada. O Brasil é, na verdade, um dos que mais reprovam entre os 38 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as maiores economias do mundo. “A reprovação é maior no sexto ano do ensino fundamental e no início do ensino médio, e está diretamente ligada à desmotivação e ao abandono escolar”, diz Costin. Um estudo do economista especializado em educação Reynaldo Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP), mostra que o problema da evasão afeta principalmente jovens de baixa renda, negros, da periferia ou de áreas rurais. Isso mostra que existe fatores socioeconômicos têm grande influência sobre os índices de reprovação e abandono escolar, diz Gontijo, do Todos pela Educação. “Tem a ver com as condições financeiras da família, com o índice de escolaridade da mãe, com a vulnerabilidade de moradia, etc”, diz ele. “Por isso, a reprovação é uma grande preocupação na rede pública, que atende os alunos em maior situação de vulnerabilidade." Desafio LED: match, 'carona', doação de material escolar, mentoria e mais; conheça projetos premiados Progressão continuada x aprovação automática A socióloga Maria Valéria Barbosa, que pesquisa sobre educação, diz que a progressão continuada foi pensada para que o sistema de ensino seja mais inclusivo ao dar um tempo maior para o aluno aprender. Mas ela diz que isso não deve ser sinônimo de uma garantia de aprovação ou aprovação automática. “A progressão continuada não é ausência de avaliação, muito pelo contrário", diz Barbosa, que é professora da Universidade Federal de São Paulo. "Para que funcione, é necessária uma avaliação constante e não só no final da série ou de um ciclo, para identificar as dificuldades dos alunos que precisam ser trabalhadas, para que ele avance para o próximo ciclo sem atrasos.” Ou seja, em um cenário ideal, a cada ano, os alunos fazem provas, atividades e trabalhos para que a escola avalie o quanto foi retido das habilidades e conhecimentos necessários. A escola deve oferecer reforços para superar eventuais deficiências, desde aulas e atividades extras até trabalho em conjunto com outras instituições. No entanto, diz Barbosa, "muitas vezes, não é isso que acontece”. “Quando a progressão continuada foi implantada, foi para diminuir a evasão, mas também com o desejo de aumentar a eficiência na educação e reduzir gastos — porque um aluno que repete gera um custo financeiro”, diz Barbosa. “Nessa lógica de eficiência, não foram feitos os investimentos necessários para a progressão continuada dar certo.” Claudia Costin, do Singularidades, aponta que há Estados que implementaram a progressão continuada sem montar estratégias eficientes para corrigir falhas na aprendizagem, que vão se acumulando conforme as crianças avançam nos ciclos. O combate à repetência e evasão não deveria vir a custo da qualidade da aprendizagem do aluno, diz Costin. Professores ouvidos pela BBC News Brasil apontam no mesmo sentido. Eles afirmam que os resultados insatisfatórios na educação não são resultado da progressão continuada em si, mas da falta de condições para aplicar o modelo da forma como ele foi idealizado. “Em São Paulo, não existe progressão continuada, existe aprovação automática”, diz a deputada estadual Maria Izabel Noronha, presidente da Associação dos Professores da Rede Pública Estadual de São Paulo (Apeoesp). “É muito difícil para mim, que sou progressista e acredito em modernizar a pedagogia, ver a progressão continuada não dando certo por causa de uma implementação inadequada.” O professor de história Juliano Godoi, que dá aula há mais de dez anos na rede municipal de São Paulo, concorda. “A progressão continuada exige uma atenção para o desenvolvimento individual de cada aluno, para as dificuldades de aprendizado de cada um”, afirma. 73% dos jovens sem educação básica completa querem voltar a estudar, aponta levantamento “Mas como o professor vai fazer isso em uma classe de 35 alunos?” Godoi destaca ainda as demissões recentes de centenas de professores temporários da rede estadual paulista que haviam sido contratados entre 2018 e 2020. "Como um professor vai conseguir dar o reforço adequado, pensar no plano pedagógico, se está preocupado se vai ter como pagar as contas no fim do ano?” A Secretaria de Educação de São Paulo disse à BBC News Brasil que a prorrogação de contratos foi uma prioridade da atual gestão e estendeu o contrato de 61 mil professores temporários contratados entre 2021 e 2023 em dezembro passado. Diminuir o tamanho das salas, afirmou o governo, é um desafio maior. “Cada turma custa R$ 45 mil por ano. Para ter 20 alunos por sala, precisaria dobrar o tamanho da idade. Seriam necessários bilhões de reais”, diz Vinicius Neiva, secretário executivo de educação de São Paulo. Melhores condições de trabalho para professores são essenciais para o modelo funcionar Getty Images via BBC O que pode ser melhorado A professora Anne Telma Mieri, que tem 27 anos de magistério e hoje dá aula no ensino fundamental em Jundiaí, no interior de São Paulo, está entre os professores que avaliam positivamente a progressão continuada. “Com a progressão continuada, a gente dá chance para todos os alunos", diz ela. O aluno de uma escola de periferia tem uma realidade totalmente diferente daquele em uma escola central, que tem mais renda e acesso à informação. Quando o aluno tem uma família que o acompanha, que está interessada, isso faz toda a diferença. Mas, para o modelo funcionar, é preciso uma equipe pedagógica unida, uma diretoria que entenda o modelo e um investimento para acelerar o aprendizado das crianças que não atingem os níveis de habilidades desejados ao final de cada ciclo. “No final de um ciclo, eu faço um relatório detalhado, aluno por aluno, das habilidades que eles aprenderam e também dos que não aprenderam, e isso tem que ser resolvido já no início do ciclo seguinte. Mas nem sempre acontece”, afirma. Para Ivan Gontijo, do Todos para a Educação, muitos professores têm resistência à progressão porque acreditam que a possibilidade de reprovação é uma forma de controle disciplinar. “A ordem é importante, não dá para aprender no caos. E é claro que com classes maiores, com mais gente na escola, você tem mais indisciplina, mas é preciso formar os professores para encontrar outras estratégias", diz Gontijo. Ele argumenta ainda que, em muitos casos, alunos tumultuam a sala de aula porque estão com o aprendizado defasado. “Tem professor que diz que os alunos não estão interessados, por exemplo. Mas, se eles não estão interessados, não é a ameaça de reprovação que vai gerar disciplina.” Camilo Santana diz ser 'fundamental' aprovação do Novo Ensino Médio no 1º semestre Para Cleidilene Ramos Magalhães, da UFCSPA, essa questão da disciplina também está relacionada ao tipo de apoio e formação que os professores precisam receber para aplicar a progressão continuada da maneira ideal. “Quando a gente fala em condições de trabalho, não é só salário e carga horária", diz ela. "É ter, por exemplo, um psicólogo na escola, porque muitos problemas de indisciplina podem vir de questões emocionais, de dificuldades externas dos alunos”, diz ela. A falta de formação continuada dos professores e de núcleos que pensem o projeto pedagógico também são fatores que dificultam a implementação adequada do modelo de progressão, afirma. “Cerca de 70% dos professores de rede pública no Brasil são formados por EAD [educação à distância], sem experiência em sala de aula.” Gontijo diz que o professor precisa se conectar com os alunos, entender suas histórias de vida, crie uma relação mais próxima, de tutoria. “Isso é impossível quando grande parte dos professores são temporários, têm que rodar a cidade porque dão aulas em escolas diferentes. O professor precisa ter tempo de qualidade com os alunos”, afirma. Mesmo com as dificuldades que atrapalham a aplicação ideal da progressão continuada, voltar ao sistema anterior seria um equívoco, diz Gontijo. “Adotar novamente a repetição em cada série sem resolver os outros problemas não melhoraria nada, só aumentaria o número de crianças fora da escola”, afirma. Nesse sentido, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil concordam que a prioridade da rede pública deveria ser melhorar o sistema de reforço para alunos com dificuldades e as condições de trabalho para os professores antes de rediscutir a progressão. “Para tudo isso é necessário um enorme investimento”, diz Claudia Costin. “Educação de qualidade custa caro.” As escolas particulares adotam a progressão? A BBC News Brasil não encontrou um levantamento sobre o uso de progressão continuada em escolas particulares. Instituições como o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp) não têm esse tipo de dado. Mas especialistas explicam que embora o uso de repetição seja muito comum, também há várias escolas que usam métodos de progressão continuada, embora não com esse nome, mas as práticas são equivalentes. Diferentemente do ensino público, no entanto, as escolas particulares que não usam a repetição tendem a ter mais recursos para investir no apoio necessário que os alunos não tenham atrasos, apontam analistas. Além disso, o setor não precisa se preocupar com evasão, dizem especialistas, porque não tem a responsabilidade de atender a totalidade da população. A perda de alunos pode significar um prejuízo financeiro para a escola, mas a responsabilidade de atender os alunos em situação de vulnerabilidade e mantê-los na escola é do Estado, ressalta Claudia Costin. Isso não significa que não haja evasão nas escolas particulares em casos de alunos que repetem muitas vezes de ano, diz ela. "O que acontece quando um aluno repete muito é que os pais mudam os alunos de escola, ou os colocam no sistema público de ensino", afirma. Como funciona em outros países A Unesco não tem um levantamento de quais países usam ou não repetição ano a ano - até porque, em muitos casos, como no Brasil, existe um sistema misto em que o modelo é usado em algumas regiões e em outras não. Mas existem estudos sobre experiências internacionais com a progressão continuada e sistemas semelhantes. Em geral, segundo a Unesco, a adoção de repetição de série é mais comum em países pobres. Foram alguns países europeus que começaram a eliminar a reprovação no sistema público nos anos 1980, explica Gontijo. “Foi justamente em uma época em que perceberam que mais alunos imigrantes estavam entrando no sistema”, diz. "Eram crianças com dificuldades com a língua, com a adaptação e em uma situação socioeconômica mais desfavorecida. Eles perceberam que ficar repetindo de ano não ia levar ao aprendizado, só ia afastar as crianças das escolas." Na França, em 1989, por exemplo, a retenção de alunos passou a ser possível apenas ao final de ciclos. “A reprovação aconteceria em último caso, e não seria vista como uma reprova e sim como um prolongamento de ciclo”, diz um estudo da pedagoga Flávia de Carvalho Spada publicado em 2007. Segundo ela, algumas escolas dos Estados Unidos que não usam reprovação tiram as crianças que estão atrasadas em certas disciplinas da sala para fazerem aulas diferentes, específicas para suas dificuldades. Ou então agrupam os alunos de uma mesma sala por nível de aprendizado e trabalham para compensar o que está faltando. “É bom para ela estar com crianças da mesma idade e não ser estigmatizada como repetente", diz Spada. "Mas ela tem que ter momentos em que as insuficiências de aprendizagem são sanadas.” 🗺️ Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca e Japão estão entre os países que eliminaram ou reduziram o uso da repetição no ensino público. Em países em desenvolvimento, o Chile é um exemplo onde políticas de apoio aos estudantes com dificuldades foram substituindo a repetição como método pedagógico e tiveram um resultado positivo, diz Rebeca Otero, da Unesco. Camarões conseguiu reduzir pela metade as taxas de evasão nas escolas desde a aplicação da progressão continuada no ensino fundamental, em 2006. No entanto, uma pesquisa da Unesco nas regiões de língua inglesa do país mostrou que, embora a progressão tenha sido aplicada, em muitos casos as políticas de apoio e reforço não foram implementadas. Com isso, a maioria dos professores que responderam à pesquisa nessas regiões se opõe ao uso da progressão continuada. Já na Índia, uma lei de 2009 que proibia a repetição em qualquer série foi revogada após preocupações com o desempenho dos alunos, explica Otero. O país passou a permitir repetição no final dos ciclos do ensino fundamental e médio, mas continua tendo problemas como infraestrutura inadequada e falta de professores.
Thiago Cézar de Pádua Rosa, de Guaçuí, no Sul do Espírito Santo, é um dos 20 finalistas da competição que reúne professores de todo o Brasil. Jogo de tabuleiro com referências capixabas é sucesso em escola de Guaçuí, no Sul do Espírito Santo. Swyana Freitas Quando criou um jogo de tabuleiro para os alunos de ensino médio - geração z, acostumados com as interações apenas pelo celular -, o professor Thiago Cézar de Pádua Rosa, de 35 anos, não imaginou que o sucesso seria tão grande. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Na escola onde dá aulas em Guaçuí, no Sul do Espírito Santo, o projeto interdisciplinar virou unanimidade. Mas também ultrapassou os limites da cidade na Região Sul e colocou Thiago entre os 20 finalistas da Olimpíada Brasileira dos Professores de Matemática (OBPM) em 2024. O resultado final será divulgado no próximo dia 27 e os medalhistas de ouro vão ganhar uma viagem para a China. A ideia do professor é inspirada em um jogo de tabuleiro famoso no mundo inteiro, que chegou ao Brasil no final da década de 1940 e foi sucesso até o final do século 20. Batizado de "Banco Imobiliário Capixaba", o jogo escolar foi criado no ano passado, sem fins comerciais, para atender uma disciplina eletiva, que deveria incluir Matemática e Geografia. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp "É uma versão regionalizada. Destacamos os tradicionais pontos turísticos do estado, e fizemos uma relação com a história e a cultura local. As empresas são capixabas e existem referências da escola. A Matemática está presente desde a contagem de dados e probabilidade até as estratégias de negociação na compra e venda de terrenos, imóveis e serviços", explicou o professor. Professor é finalista de Olimpíada de Matemática com versão de famoso jogo de tabuleiro "Inicialmente, pensei em fazer o jogo só com elementos de Guaçuí, com as casas e ruas do município, mas era um universo que os alunos já conheciam. Ampliar para o estado inteiro prendeu mais a atenção deles", disse. Como funciona o jogo? Como no original, no jogo criado na escola os participantes vão avançando com as peças, de acordo com casas e atividades. Podem comprar casas, precisam pagar aluguel aos proprietários, pagar ao banco, entre outros. Jogo apresenta aos alunos desde pontos turísticos capixabas Swyana Freitas No tabuleiro, estão espalhados 30 pontos turísticos capixabas, como o Convento da Penha, em Vila Velha; o Mosteiro Zen Budista, em Ibiraçu; a Cachoeira da Fumaça, em Alegre; e o Pico da Bandeira, em Dores do Rio Preto. As empresas que aparecem como opção de compra são capixabas, o que ajudou os alunos a aprenderem quais os tipos de negócios são desenvolvidos no estado. As notas de dinheiro têm ilustrações de matemáticos conhecidos, como Pitágoras e Arquimedes. Educador de Guaçuí está entre os vinte melhores professores de matemática do país As cartas de sorte ou azar também foram personalizadas. O que originalmente seria "Vá para a prisão" virou "Vá para a direção", inclusive com a caricatura do diretor da escola; e foram inseridas opções como "Seu carro quebrou na Terceira Ponte, pague uma multa" e "Você vai participar do Festival de Alegre, ganhe quatro mil". Os alunos são incentivados a tomar decisões estratégicas baseadas em probabilidades ao lançar os dados e calcular os riscos envolvidos em cada movimento do jogo. "A interação social, inerente ao jogo, promove discussões matemáticas e estratégias colaborativas entre os jogadores", afirmou. Tabuleiro do jogo capixaba. Arquivo pessoal Mesmo com o fim da disciplina eletiva, com os dez tabuleiros impressos, o jogo continuou sendo utilizado por Thiago e outros professores, nos intervalos e tempos livres. E não parou por aí, o projeto cresceu ao longo do ano, alunos foram divididos em grupos, pesquisaram sobre os pontos turísticos e fizeram uma exposição na escola, culminando com uma viagem para conhecer pessoalmente alguns dos pontos turísticos do estado. Participação na olimpíada Com jogo de tabuleiro, professor é finalista de Olimpíada de Matemática. Swyana Freitas Entre setembro e dezembro do ano passado, o professor participou das três etapas de avaliação da OBPM, que incluíram prova; apresentação em vídeo ilustrando o trabalho desenvolvido; e entrevista, que teve entre os avaliadores o professor Cristovam Buarque, membro do Conselho Acadêmico da competição. O resultado da olimpíada será divulgado no próximo dia 27, às 18h, em cerimônia on-line que vai reunir os 20 finalistas do Brasil. "Meu objetivo é derrubar o tabu de que a Matemática é uma disciplina difícil. Não é. Aprender é divertido e pode se tornar cada vez mais fácil à medida que nós, professores, transformamos a forma de apresentar os conteúdos", contou Thiago, que coleciona boas experiências lecionando para alunos dos ensinos fundamental e médio, mas também para alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e universitários da Universidade Federal Fluminense (UFF). A pedagoga da escola, Magda Vieira de Faria Azevedo, foi quem recebeu a informação sobre a olimpíada e repassou para o Thiago. "Ele é muito interativo, gosta de participar, está sempre inventando uma coisa nova para juntar os meninos. Esse projeto da eletiva deu super certo, se destacou muito, então logo pensei que ele pudesse se inscrever", falou. Professor Thiago com o jogo capixaba. Espírito Santo Arquivo pessoal Para a pedagoga é muito importante contar com um professor motivado em criar novos projetos. "A escola precisa desse tipo de profissional, os alunos precisam, ele é sim um destaque. Agora está todo mundo na torcida", celebrou a colega. A Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Antônio Carneiro Ribeiro é a única pública de ensino médio em Guaçuí, e tem cerca de 640 alunos. Praticamente todos já jogaram o jogo capixaba. "Eu não imaginei que o jogo fosse fazer tanto sucesso! Quando lancei a ideia, muitos alunos nem conheciam a referência original do jogo, porque eles não mexem com nada de tabuleiro, e logo se interessaram! [...] A mesma coisa com a olimpíada, eu não esperava chegar tão longe, me inscrevi sem muita expectativa, sabia que seria o Brasil inteiro concorrendo. Já estou muito feliz com o resultado", disse animado o finalista. Desempenho ruim em Matemática motivou a criação da olimpíada Brasil ocupa hoje a 65ª posição no ranking de 81 países que participaram do último PISA. Getty Images A baixa classificação do Brasil no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que avalia o ensino nas áreas de Matemática, Ciências e Leitura, foi o que motivou a criação da Olimpíada. "O Brasil ocupa hoje a 65ª posição no ranking de 81 países que participaram do último Pisa, divulgado no final do ano passado, levando em conta os resultados da área de Matemática. Por outro lado, faz parte da elite da matemática mundial com pesquisadores e professores reconhecidos mundialmente", pontuou Adauto Caldara, membro do Conselho Executivo da OBPM. Esse desencontro de realidades mobilizou um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na criação da olimpíada, que está em sua primeira edição. "O objetivo é reconhecer e valorizar iniciativas bem-sucedidas no ensino da Matemática em todo o país, de forma a disseminá-las, trabalhando para melhorar a qualidade do ensino da disciplina e, assim, contribuindo para alavancar a posição do Brasil no ranking mundial, a médio e longo prazo", explicou Adauto. LEIA TAMBÉM: Escolas estaduais do ES terão aulas de reforço de português e matemática Estudantes do ES ajudam a identificar alunos que faltam às aulas para diminuir a evasão escolar Entre os alunos mais pobres, só 3% têm conhecimentos adequados de matemática no Brasil, mostra Pisa O representante da OBPM contou que, além de Thiago, entre os finalistas estão representantes de Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Ao todo, foram 600 inscritos. Os dez primeiros colocados participarão de um intercâmbio técnico e cultural de 15 dias, em Xangai, para conhecer o Centro de Educação para Professores da Unesco (TEC Unesco) na Universidade Normal da China. A viagem será em outubro. O país foi escolhido porque figura sempre entre os melhores desempenhos no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Preparando medalhistas Professor Thuago incentiva os alunos a participarem de Olimpíadas de Matemática em Guaçuí. Espírito Santo. Swyana Freitas Além dos jogos em sala de aula, Thiago é coordenador do Programa de Iniciação Científica (PIC) da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), e se empenha em preparar os alunos para participar da maior competição de matemática do país. Segundo ele, os resultados obtidos têm sido gratificantes, e desde 2018 a escola do Sul do estado tem alcançado medalhas de ouro na competição. "Há cinco anos, temos conseguido medalhas na olimpíada para os alunos. Em 2022 e 2023, as duas medalhas de ouro conquistadas nos colocou como os únicos representantes de uma Escola Estadual de Ensino Médio do Espírito Santo a conquistar a premiação máxima na competição", falou. Thiago lembrou que, quando estava no ensino médio, participou de uma olimpíada de Matemática, mas não teve a oportunidade de ir até o fim do processo. "Então, eu sempre incentivo os alunos a participarem de olimpíadas, já realizei meu sonho de ganhar medalhas através deles", contou com orgulho. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Inep libera, em todas as edições, a versão digitalizada do texto entregue pelo candidato. Folha de rascunho da Redação do Enem. g1 Candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 já podem consultar, a partir desta segunda-feira (18), os "espelhos" da redação — ou seja, as versões digitalizadas dos textos que eles entregaram no dia da prova. É necessário entrar na Página do Participante, neste endereço. A divulgação dos espelhos foi relatada por candidatos nas redes sociais e verificada também diretamente pela equipe de reportagem no perfil de inscritos. O g1 entrou em contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mas o órgão não deu detalhes sobre a divulgação dos espelhos. LEIA EXEMPLOS DE REDAÇÕES NOTA MIL NO ENEM 2022 Essa etapa é chamada de "vista pedagógica", porque permite que os estudantes entendam os critérios de correção e as notas que receberam em cada uma das cinco competências avaliadas no Enem (mais abaixo, veja quais são elas). LEIA TAMBÉM Trecho de espelho da redação de uma candidata do Enem 2022 Reprodução Competências avaliadas na redação A redação do Enem vale 1.000 pontos. Cada uma das competências explicadas abaixo, portanto, representa 200 pontos. Competência 1 - Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Competência 2 - Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa. Competência 3 - Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Competência 4 - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Competência 5 - Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. Vídeos
Comissão responsável pelo processo seletivo divulgou calendário nesta segunda. Primeira fase acontece em 20 de outubro e a segunda nos dias 1º e 2 de dezembro. Inscrições serão de 1º a 30 de agosto. Alunos concentrados durante o vestibular da Unicamp 2024 Leandro Ferreira/g1 A Unicamp divulgou, nesta segunda-feira (18), o calendário com as principais data do vestibular 2025 da instituição. De acordo com a comissão responsável pelo processo seletivo, um dos principais e mais concorridos do país, a primeira fase acontece em 20 de outubro, entre o primeiro e o segundo turno das eleições municipais no Brasil. A segunda fase será nos dias 1º e 2 de dezembro. 🔔 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Ainda segundo a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), o período de inscrições será entre 1º e 30 de agosto. A universidade tem 69 cursos nos campi de Campinas (SP), Limeira (SP) e Piracicaba (SP). Veja abaixo detalhes do calendário. 📆 Antes da primeira fase, haverá, em setembro, as provas de habilidades específicas para os cursos de Música. Já as demais faculdades que também exigem o conhecimento segmentado (Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Visuais e Dança) terão o vestibular em dezembro, após a segunda fase. A primeira lista de aprovados está prevista para 24 de janeiro de 2025. LEIA MAIS: Fuvest divulga datas do vestibular 2025 Como pedir isenção da taxa de inscrição? 💰 Os candidatos que atendem os requisitos para pedir a isenção da taxa de inscrição do vestibular, que vale tanto para a modalidade tradicional para as vagas via Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), podem fazer a solicitação a partir de 13 de maio. Os pedidos e o envio de documentos, que vão constar no edital divulgado "em breve", segundo a comissão, devem ser feitos até 7 de junho exclusivamente pela internet, na página da Comvest. A lista de beneficiados sai no dia 30 de julho. De acordo com a Convest, o calendário foi definido em reunião com as outras universidades públicas de São Paulo para que as datas não coincidam. Calendário da Unicamp 2025 📆 💰 Inscrições e pagamento da Taxa de Inscrição - 1/8 a 31/8/2024 🎻 Prova de Habilidades Específicas de Música - Setembro ✏️ 1ª fase - 20/10/2024 ✏️ 2ª fase - 1 e 2/12/2024 🔨 Provas de Habilidades Específicas: Dez/2024 ✅ Divulgação dos aprovados em primeira chamada: 24/01/2025 VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região no g1 Campinas