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Especialistas comentam resultados do sistema, considerado exitoso no combate à evasão escolar, mas criticado por muitos pais. Eles explicam também como funciona o método em outros países A progressão continuada foi pensada para ter avaliações constantes. Getty Images As duas filhas do consultor Fábio Olmos, de 7 e 9 anos, estudam na escola municipal na Vila Matilde, na Zona Leste de São Paulo, que o pai considera de ótima qualidade: tem bons professores, bom diálogo com os pais, boa estrutura e é referência no bairro. Sua filha mais nova, no entanto, ainda não adquiriu as habilidades de leitura e escrita esperadas para sua idade, e Olmos gostaria que ela repetisse o segundo ano do ensino fundamental por causa disso. 👉🏾 Mas, como a rede pública da cidade usa a chamada progressão continuada — em que os alunos recebem aulas de reforço mas não repetem o ano — não existe essa possibilidade. Ao fim do primeiro ciclo, que termina na 3ª série, ela está fazendo aulas de reforço para conseguir acompanhar o ciclo seguinte. Fábio não gosta desse sistema. “É minha única reclamação. Não adianta ela passar de ano e ter dificuldade de escrever. Ela pode não conseguir se recuperar", diz ele. Como ela vai avançar e estudar, por exemplo, inglês, se ainda tem dificuldade em escrever no próprio idioma? Fábio acha que as aulas de reforço da sua filha, que começa a estudar mais cedo duas vezes por semana para isso, não são suficientes. “Sei que ao repetir ele pode ficar frustrada, porque os amiguinhos foram para outra sala. Mas é um problema menor diante da possibilidade de ela avançar sem ter aprendido”, afirma. Ele não está sozinho no descontentamento: muitos pais reclamam da progressão continuada, e há críticas até mesmo entre professores. A diferença é que, em vez de um aluno poder repetir todos os anos caso não atinja as notas esperadas, a repetição só é possível ao final de cada ciclo, que costuma ser de três anos. 📊 A progressão continuada foi adotada no Brasil a partir da criação da Lei de Diretrizes e Bases (LBD) para a educação, em 1996. A legislação criou a possibilidade de uso desse novo sistema de progressão escolar, mas não o tornou obrigatório. Cada Estado e município decide se adota e quais são as regras, e nem mesmo o Ministério da Educação (MEC) diz saber quantos Estados usam a progressão. São Paulo foi o primeiro Estado a implementar o modelo em toda a rede pública estadual, em 1998. Aos menos outros nove Estados adotaram a progressão continuada ou um sistema equivalente desde então, segundo um levantamento da BBC News Brasil. Seis Estados informaram que não usam a progressão, e 11 não responderam à consulta da reportagem. Anna Helena Altenfelder, do Centro de Estudos e Pesquisa em Educação (Cenpec), organização sem fins lucrativos voltada para a promoção da qualidade do ensino público nacional, explica que a progressão continuada foi criada para combater a evasão escolar e atingir a meta de universalizar a educação brasileira, ou seja, garantir o acesso de todos a um ensino de qualidade e que continuem na escola. A pesquisadora diz que a estratégia funcionou: a evasão caiu. Mas o método é muito questionado porque criou um novo problema. Um aluno pode chegar ao fim do ensino fundamental sem ter conhecimentos básicos — há casos em que o estudante passa para o ensino médio sem compreender um texto básico. Resultados do sistema de avaliação de rendimento escolar do Estado de São Paulo, que foi pioneiro no uso da progressão, mostram que, em 2019, a última prova aplicada antes da pandemia, 69% dos alunos do 9º ano do ensino fundamental tinham conhecimentos abaixo do considerado adequado em português. Em matemática, 80% dos alunos do 9º ano tiveram desempenho abaixo do ideal. Foram feitos outros estudos desde então, mas, segundo os especialistas, a pandemia de covid-19 gerou dificuldades que afetaram os dados, tornando-os ruins para esse tipo de análise. Educadores ouvidos pela BBC News Brasil apontam, no entanto, que o problema não está na progressão continuada em si, mas em como ela é aplicada, especialmente quando isso significa uma aprovação automática. Além disso, Estados que não usam o sistema têm resultados semelhantes aos que usam — o que indica que os problemas de aprendizagem no ensino público brasileiro têm uma causa mais profunda, apontam os especialistas. “Se você perguntar para dez pessoas, mais da metade vão dizer que têm preocupação com a progressão continuada. Vão dizer que os alunos saem da escola sem saber português, matemática”, diz Altenfelder. “De fato, as avaliações mostram que há insuficiências de maneira evidente. O equívoco está em achar que o sistema anterior era melhor.” O que estudos dizem sobre a repetição de série A repetição de séries na educação é tema de inúmeros estudos no Brasil e no exterior. Uma análise da Unesco, braço das Nações Unidas para educação, mostra que, embora existam estudos que apontem alguns benefícios do uso de repetição a cada série, a maioria dos indícios é de que, em países em desenvolvimento, isso gera mais danos do que vantagens. "Na América Latina, estudantes que repetiram pelo menos uma vez obtém resultados mais baixos em todos os exames, sobretudo em matemática e leitura", explica Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil. "Ou seja, o estudante repete para que ele melhore seu desempenho acadêmico, mas isso muitas vezes não acontece." A análise da Unesco aponta ainda que a repetição de ano está associada a um maior risco de abandono da escola, a um maior índice de atraso de dois anos ou mais dos alunos em relação à série que deveria estar de acordo com sua idade, a chamada defasagem idade-série, e a impactos negativos na autoestima e motivação dos repetentes. Os dados mostram também que os resultados escolares gerais onde a repetência é aplicada são muito parecidos com os de onde a progressão continuada foi adotada. Por exemplo, no Paraná, onde não há progressão, o sistema de avaliação de rendimento escolar de 2019 mostrou que 68% dos alunos do 9º ano do ensino fundamental estavam abaixo do esperado em português, muito próximo dos 69% de São Paulo. Otero explica que a Unesco não faz uma recomendação específica sobre o assunto, porque qualquer orientação requer aprovação de todos os países membros e não há consenso. Ela defende que a repetição de série "deve ser o último recurso para remediar a situação de atraso dos estudantes na aprendizagem". Altenfelder argumenta que a repetência não é uma boa ferramenta pedagógica, porque, em geral, um estudante não adquire as habilidades que não conseguiu desenvolver antes ao cursar de novo um mesmo ano letivo. “Tanto que os alunos que repetem, repetem uma, duas, três vezes. Claro que sempre vai ter alguém que conhece um aluno que repetiu e depois progrediu, passou a aprender, mas isso é a exceção”, diz a pesquisadora. "Os alunos que repetem de ano o fazem várias vezes e acabam largando a escola. E o aluno estar fora da escola é o pior cenário." A visão é compartilhada por Ivan Gontijo, gerente de políticas educacionais da organização sem fins lucrativos Todos pela Educação. “Se o aluno repetiu, o que faz você acreditar que fazendo tudo exatamente da mesma forma, tendo as mesmas aulas, os mesmos problemas na rede, ele vai aprender?", diz Gontijo, que já foi professor de ensino fundamental. "Não vai funcionar, é preciso ter um comprometimento diferente com esse estudante.” As evidências de que a repetição de série está ligada a uma maior evasão escolar são motivo de preocupação para gestores públicos, diz Gontijo, porque o Estado deve garantir que todas as crianças e adolescentes estejam estudando. Estrutura escolar, como bibliotecas acessíveis, é essencial para o funcionamento do modelo. BBC Por que a progressão continuada foi adotada? Quando a progressão começou a ser adotada no Brasil, os altos índices de reprovação, defasagem idade-série e evasão escolar eram os grandes desafios da educação pública, explica a pedagoga Cleidilene Ramos Magalhães. “O Brasil é um país que universalizou a educação muito tardiamente, somente no final do século passado”, afirma Magalhães, que é professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). “Mas a ideia de progressão continuada e esse entendimento de que a repetência não é uma boa prática são algo que existe desde os anos 1920.” O sistema de ciclos e progressão continuada de fato ajudaram a reduzir o abandono da escola, afirma a pesquisadora Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, que se dedica a melhorias na formação de profissionais da educação. Em 2007, o índice era de quase 5% no ensino fundamental e caiu progressivamente até atingir 2,2% em 2020, antes de voltar a subir em meio à pandemia de covid-19), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Educação (MEC). No ensino médio, a evasão era de 13,2% em 2007 e passou para 6,9% em 2020. O Brasil não eliminou totalmente a reprovação com muitos pensam, diz Costin, e ainda se reprova muito, tanto onde existe essa possibilidade ao final de um ciclo quanto onde não se aplica a progressão continuada. O Brasil é, na verdade, um dos que mais reprovam entre os 38 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as maiores economias do mundo. “A reprovação é maior no sexto ano do ensino fundamental e no início do ensino médio, e está diretamente ligada à desmotivação e ao abandono escolar”, diz Costin. Um estudo do economista especializado em educação Reynaldo Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP), mostra que o problema da evasão afeta principalmente jovens de baixa renda, negros, da periferia ou de áreas rurais. Isso mostra que existe fatores socioeconômicos têm grande influência sobre os índices de reprovação e abandono escolar, diz Gontijo, do Todos pela Educação. “Tem a ver com as condições financeiras da família, com o índice de escolaridade da mãe, com a vulnerabilidade de moradia, etc”, diz ele. “Por isso, a reprovação é uma grande preocupação na rede pública, que atende os alunos em maior situação de vulnerabilidade." Desafio LED: match, 'carona', doação de material escolar, mentoria e mais; conheça projetos premiados Progressão continuada x aprovação automática A socióloga Maria Valéria Barbosa, que pesquisa sobre educação, diz que a progressão continuada foi pensada para que o sistema de ensino seja mais inclusivo ao dar um tempo maior para o aluno aprender. Mas ela diz que isso não deve ser sinônimo de uma garantia de aprovação ou aprovação automática. “A progressão continuada não é ausência de avaliação, muito pelo contrário", diz Barbosa, que é professora da Universidade Federal de São Paulo. "Para que funcione, é necessária uma avaliação constante e não só no final da série ou de um ciclo, para identificar as dificuldades dos alunos que precisam ser trabalhadas, para que ele avance para o próximo ciclo sem atrasos.” Ou seja, em um cenário ideal, a cada ano, os alunos fazem provas, atividades e trabalhos para que a escola avalie o quanto foi retido das habilidades e conhecimentos necessários. A escola deve oferecer reforços para superar eventuais deficiências, desde aulas e atividades extras até trabalho em conjunto com outras instituições. No entanto, diz Barbosa, "muitas vezes, não é isso que acontece”. “Quando a progressão continuada foi implantada, foi para diminuir a evasão, mas também com o desejo de aumentar a eficiência na educação e reduzir gastos — porque um aluno que repete gera um custo financeiro”, diz Barbosa. “Nessa lógica de eficiência, não foram feitos os investimentos necessários para a progressão continuada dar certo.” Claudia Costin, do Singularidades, aponta que há Estados que implementaram a progressão continuada sem montar estratégias eficientes para corrigir falhas na aprendizagem, que vão se acumulando conforme as crianças avançam nos ciclos. O combate à repetência e evasão não deveria vir a custo da qualidade da aprendizagem do aluno, diz Costin. Professores ouvidos pela BBC News Brasil apontam no mesmo sentido. Eles afirmam que os resultados insatisfatórios na educação não são resultado da progressão continuada em si, mas da falta de condições para aplicar o modelo da forma como ele foi idealizado. “Em São Paulo, não existe progressão continuada, existe aprovação automática”, diz a deputada estadual Maria Izabel Noronha, presidente da Associação dos Professores da Rede Pública Estadual de São Paulo (Apeoesp). “É muito difícil para mim, que sou progressista e acredito em modernizar a pedagogia, ver a progressão continuada não dando certo por causa de uma implementação inadequada.” O professor de história Juliano Godoi, que dá aula há mais de dez anos na rede municipal de São Paulo, concorda. “A progressão continuada exige uma atenção para o desenvolvimento individual de cada aluno, para as dificuldades de aprendizado de cada um”, afirma. 73% dos jovens sem educação básica completa querem voltar a estudar, aponta levantamento “Mas como o professor vai fazer isso em uma classe de 35 alunos?” Godoi destaca ainda as demissões recentes de centenas de professores temporários da rede estadual paulista que haviam sido contratados entre 2018 e 2020. "Como um professor vai conseguir dar o reforço adequado, pensar no plano pedagógico, se está preocupado se vai ter como pagar as contas no fim do ano?” A Secretaria de Educação de São Paulo disse à BBC News Brasil que a prorrogação de contratos foi uma prioridade da atual gestão e estendeu o contrato de 61 mil professores temporários contratados entre 2021 e 2023 em dezembro passado. Diminuir o tamanho das salas, afirmou o governo, é um desafio maior. “Cada turma custa R$ 45 mil por ano. Para ter 20 alunos por sala, precisaria dobrar o tamanho da idade. Seriam necessários bilhões de reais”, diz Vinicius Neiva, secretário executivo de educação de São Paulo. Melhores condições de trabalho para professores são essenciais para o modelo funcionar Getty Images via BBC O que pode ser melhorado A professora Anne Telma Mieri, que tem 27 anos de magistério e hoje dá aula no ensino fundamental em Jundiaí, no interior de São Paulo, está entre os professores que avaliam positivamente a progressão continuada. “Com a progressão continuada, a gente dá chance para todos os alunos", diz ela. O aluno de uma escola de periferia tem uma realidade totalmente diferente daquele em uma escola central, que tem mais renda e acesso à informação. Quando o aluno tem uma família que o acompanha, que está interessada, isso faz toda a diferença. Mas, para o modelo funcionar, é preciso uma equipe pedagógica unida, uma diretoria que entenda o modelo e um investimento para acelerar o aprendizado das crianças que não atingem os níveis de habilidades desejados ao final de cada ciclo. “No final de um ciclo, eu faço um relatório detalhado, aluno por aluno, das habilidades que eles aprenderam e também dos que não aprenderam, e isso tem que ser resolvido já no início do ciclo seguinte. Mas nem sempre acontece”, afirma. Para Ivan Gontijo, do Todos para a Educação, muitos professores têm resistência à progressão porque acreditam que a possibilidade de reprovação é uma forma de controle disciplinar. “A ordem é importante, não dá para aprender no caos. E é claro que com classes maiores, com mais gente na escola, você tem mais indisciplina, mas é preciso formar os professores para encontrar outras estratégias", diz Gontijo. Ele argumenta ainda que, em muitos casos, alunos tumultuam a sala de aula porque estão com o aprendizado defasado. “Tem professor que diz que os alunos não estão interessados, por exemplo. Mas, se eles não estão interessados, não é a ameaça de reprovação que vai gerar disciplina.” Camilo Santana diz ser 'fundamental' aprovação do Novo Ensino Médio no 1º semestre Para Cleidilene Ramos Magalhães, da UFCSPA, essa questão da disciplina também está relacionada ao tipo de apoio e formação que os professores precisam receber para aplicar a progressão continuada da maneira ideal. “Quando a gente fala em condições de trabalho, não é só salário e carga horária", diz ela. "É ter, por exemplo, um psicólogo na escola, porque muitos problemas de indisciplina podem vir de questões emocionais, de dificuldades externas dos alunos”, diz ela. A falta de formação continuada dos professores e de núcleos que pensem o projeto pedagógico também são fatores que dificultam a implementação adequada do modelo de progressão, afirma. “Cerca de 70% dos professores de rede pública no Brasil são formados por EAD [educação à distância], sem experiência em sala de aula.” Gontijo diz que o professor precisa se conectar com os alunos, entender suas histórias de vida, crie uma relação mais próxima, de tutoria. “Isso é impossível quando grande parte dos professores são temporários, têm que rodar a cidade porque dão aulas em escolas diferentes. O professor precisa ter tempo de qualidade com os alunos”, afirma. Mesmo com as dificuldades que atrapalham a aplicação ideal da progressão continuada, voltar ao sistema anterior seria um equívoco, diz Gontijo. “Adotar novamente a repetição em cada série sem resolver os outros problemas não melhoraria nada, só aumentaria o número de crianças fora da escola”, afirma. Nesse sentido, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil concordam que a prioridade da rede pública deveria ser melhorar o sistema de reforço para alunos com dificuldades e as condições de trabalho para os professores antes de rediscutir a progressão. “Para tudo isso é necessário um enorme investimento”, diz Claudia Costin. “Educação de qualidade custa caro.” As escolas particulares adotam a progressão? A BBC News Brasil não encontrou um levantamento sobre o uso de progressão continuada em escolas particulares. Instituições como o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp) não têm esse tipo de dado. Mas especialistas explicam que embora o uso de repetição seja muito comum, também há várias escolas que usam métodos de progressão continuada, embora não com esse nome, mas as práticas são equivalentes. Diferentemente do ensino público, no entanto, as escolas particulares que não usam a repetição tendem a ter mais recursos para investir no apoio necessário que os alunos não tenham atrasos, apontam analistas. Além disso, o setor não precisa se preocupar com evasão, dizem especialistas, porque não tem a responsabilidade de atender a totalidade da população. A perda de alunos pode significar um prejuízo financeiro para a escola, mas a responsabilidade de atender os alunos em situação de vulnerabilidade e mantê-los na escola é do Estado, ressalta Claudia Costin. Isso não significa que não haja evasão nas escolas particulares em casos de alunos que repetem muitas vezes de ano, diz ela. "O que acontece quando um aluno repete muito é que os pais mudam os alunos de escola, ou os colocam no sistema público de ensino", afirma. Como funciona em outros países A Unesco não tem um levantamento de quais países usam ou não repetição ano a ano - até porque, em muitos casos, como no Brasil, existe um sistema misto em que o modelo é usado em algumas regiões e em outras não. Mas existem estudos sobre experiências internacionais com a progressão continuada e sistemas semelhantes. Em geral, segundo a Unesco, a adoção de repetição de série é mais comum em países pobres. Foram alguns países europeus que começaram a eliminar a reprovação no sistema público nos anos 1980, explica Gontijo. “Foi justamente em uma época em que perceberam que mais alunos imigrantes estavam entrando no sistema”, diz. "Eram crianças com dificuldades com a língua, com a adaptação e em uma situação socioeconômica mais desfavorecida. Eles perceberam que ficar repetindo de ano não ia levar ao aprendizado, só ia afastar as crianças das escolas." Na França, em 1989, por exemplo, a retenção de alunos passou a ser possível apenas ao final de ciclos. “A reprovação aconteceria em último caso, e não seria vista como uma reprova e sim como um prolongamento de ciclo”, diz um estudo da pedagoga Flávia de Carvalho Spada publicado em 2007. Segundo ela, algumas escolas dos Estados Unidos que não usam reprovação tiram as crianças que estão atrasadas em certas disciplinas da sala para fazerem aulas diferentes, específicas para suas dificuldades. Ou então agrupam os alunos de uma mesma sala por nível de aprendizado e trabalham para compensar o que está faltando. “É bom para ela estar com crianças da mesma idade e não ser estigmatizada como repetente", diz Spada. "Mas ela tem que ter momentos em que as insuficiências de aprendizagem são sanadas.” 🗺️ Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca e Japão estão entre os países que eliminaram ou reduziram o uso da repetição no ensino público. Em países em desenvolvimento, o Chile é um exemplo onde políticas de apoio aos estudantes com dificuldades foram substituindo a repetição como método pedagógico e tiveram um resultado positivo, diz Rebeca Otero, da Unesco. Camarões conseguiu reduzir pela metade as taxas de evasão nas escolas desde a aplicação da progressão continuada no ensino fundamental, em 2006. No entanto, uma pesquisa da Unesco nas regiões de língua inglesa do país mostrou que, embora a progressão tenha sido aplicada, em muitos casos as políticas de apoio e reforço não foram implementadas. Com isso, a maioria dos professores que responderam à pesquisa nessas regiões se opõe ao uso da progressão continuada. Já na Índia, uma lei de 2009 que proibia a repetição em qualquer série foi revogada após preocupações com o desempenho dos alunos, explica Otero. O país passou a permitir repetição no final dos ciclos do ensino fundamental e médio, mas continua tendo problemas como infraestrutura inadequada e falta de professores.
Inep libera, em todas as edições, a versão digitalizada do texto entregue pelo candidato. Folha de rascunho da Redação do Enem. g1 Candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 já podem consultar, a partir desta segunda-feira (18), os "espelhos" da redação — ou seja, as versões digitalizadas dos textos que eles entregaram no dia da prova. É necessário entrar na Página do Participante, neste endereço. A divulgação dos espelhos foi relatada por candidatos nas redes sociais e verificada também diretamente pela equipe de reportagem no perfil de inscritos. O g1 entrou em contato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) , mas o órgão não deu detalhes sobre a divulgação dos espelhos. LEIA EXEMPLOS DE REDAÇÕES NOTA MIL NO ENEM 2022 Essa etapa é chamada de "vista pedagógica", porque permite que os estudantes entendam os critérios de correção e as notas que receberam em cada uma das cinco competências avaliadas no Enem (mais abaixo, veja quais são elas). LEIA TAMBÉM Trecho de espelho da redação de uma candidata do Enem 2022 Reprodução Competências avaliadas na redação A redação do Enem vale 1.000 pontos. Cada uma das competências explicadas abaixo, portanto, representa 200 pontos. Competência 1 - Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Competência 2 - Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa. Competência 3 - Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Competência 4 - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Competência 5 - Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. Vídeos
Comissão responsável pelo processo seletivo divulgou calendário nesta segunda. Primeira fase acontece em 20 de outubro e a segunda nos dias 1º e 2 de dezembro. Inscrições serão de 1º a 30 de agosto. Alunos concentrados durante o vestibular da Unicamp 2024 Leandro Ferreira/g1 A Unicamp divulgou, nesta segunda-feira (18), o calendário com as principais data do vestibular 2025 da instituição. De acordo com a comissão responsável pelo processo seletivo, um dos principais e mais concorridos do país, a primeira fase acontece em 20 de outubro, entre o primeiro e o segundo turno das eleições municipais no Brasil. A segunda fase será nos dias 1º e 2 de dezembro. 🔔 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Ainda segundo a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), o período de inscrições será entre 1º e 30 de agosto. A universidade tem 69 cursos nos campi de Campinas (SP), Limeira (SP) e Piracicaba (SP). Veja abaixo detalhes do calendário. 📆 Antes da primeira fase, haverá, em setembro, as provas de habilidades específicas para os cursos de Música. Já as demais faculdades que também exigem o conhecimento segmentado (Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Visuais e Dança) terão o vestibular em dezembro, após a segunda fase. A primeira lista de aprovados está prevista para 24 de janeiro de 2025. LEIA MAIS: Fuvest divulga datas do vestibular 2025 Como pedir isenção da taxa de inscrição? 💰 Os candidatos que atendem os requisitos para pedir a isenção da taxa de inscrição do vestibular, que vale tanto para a modalidade tradicional para as vagas via Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), podem fazer a solicitação a partir de 13 de maio. Os pedidos e o envio de documentos, que vão constar no edital divulgado "em breve", segundo a comissão, devem ser feitos até 7 de junho exclusivamente pela internet, na página da Comvest. A lista de beneficiados sai no dia 30 de julho. De acordo com a Convest, o calendário foi definido em reunião com as outras universidades públicas de São Paulo para que as datas não coincidam. Calendário da Unicamp 2025 📆 💰 Inscrições e pagamento da Taxa de Inscrição - 1/8 a 31/8/2024 🎻 Prova de Habilidades Específicas de Música - Setembro ✏️ 1ª fase - 20/10/2024 ✏️ 2ª fase - 1 e 2/12/2024 🔨 Provas de Habilidades Específicas: Dez/2024 ✅ Divulgação dos aprovados em primeira chamada: 24/01/2025 VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Provas da 1ª e 2ª fase acontecem no segundo semestre deste ano, nos meses de novembro e dezembro. Fuvest 2024 em Ribeirão Preto Érico Andrade/g1 A Fuvest divulgou nesta segunda-feira (18) o calendário de provas do vestibular 2025, que será realizado no segundo semestre deste ano. Serão mais de 8 mil vagas disponíveis para ingresso via processo seletivo. 📆 1ª fase: 17 de novembro 📆 2ª fase: 15 e 16 de dezembro O calendário completo ainda será disponibilizado pela Fuvest. Leituras obrigatórias 📚 "Marília de Dirceu" - Tomás Antônio Gonzaga "Quincas Borba" - Machado de Assis "Os ratos" - Dyonélio Machado "Alguma Poesia" - Carlos Drummond de Andrade "A Ilustre Casa de Ramires" - Eça de Queirós "Nós matamos o cão tinhoso!" - Luís Bernardo Honwana "Água Funda" - Ruth Guimarães "Romanceiro da Inconfidência" - Cecília Meireles "Dois irmãos" - Milton Hatoum
Carreira tem crescimento previsto de 30% na próxima década nos EUA; indústria de tecnologia é responsável por boa parte da demanda. Ao receber convite com vantagens para ingressar em universidade, a jovem Paula Eduarda de Lima achou que 'era golpe' Arquivo pessoal/via BBC Quatro anos depois se formar em matemática aplicada, Fernanda Scovino ainda frequenta a faculdade onde estudou, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas não como aluna — ela vai agora em busca de novos talentos para suas equipes. Ela lidera aos 25 anos uma equipe de seis analistas de dados na Prefeitura do Rio de Janeiro, e tem uma ONG, a Base de Dados, que reúne e facilita o acesso a uma série de informações. “A disputa pelos matemáticos é muito grande", diz Fernanda. "Quando eu estudava, as empresas promoviam visitas aos seus escritórios, éramos muito abordados por bancos, consultorias, startups e empresas de tecnologia", ela acrescenta. A professora Maria Soledad Aronna diz que esse tipo de movimento é bem comum. Ela dá aulas no curso de Ciências de Dados e Inteligência Artificial da FGV desde 2012 e conta que já viu vários ex-alunos voltarem alguns anos depois em cargos de chefia e atrás de estagiários. A professora conta que as empresas chegam a recrutar estudantes até mesmo do segundo ano, quando eles nem sabem o básico da profissão. "O índice de empregabilidade dos alunos é 100%, e o crescimento na carreira tem sido aceleradíssimo", diz Aronna. O mercado está mesmo aquecido para quem domina matemática e em áreas afins — como estatística, ciência de dados, computação e algoritmos. Essas pessoas são valorizadas porque têm habilidades que vão muito além de fazer cálculos e contas difíceis. Elas desenvolvem também uma capacidade de pensar problemas de forma abstrata e sair em busca de soluções. Mas o número de pessoas que formam nestas áreas no Brasil não parece estar dando conta da demanda. A Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, um setor onde vão trabalhar muitos destes profissionais, calcula, por exemplo, que são criadas quase 160 mil novas vagas por ano. Mas só se formam a cada ano 53 mil com as habilidades que as empresas buscam, pelas contas da associação — ou seja, há em torno de três vagas para cada novo profissional. O salário gira na casa de R$ 6 mil por mês, quase quatro vezes a média nacional, de R$ 1,6 mil. Mas há empregos no mercado que pagam o dobro, triplo ou mais para profissionais mais experientes e qualificados. "A era dos matemáticos chegou", cravou Keith McNulty, diretor global de ciências, tecnologia e digital da consultoria McKinsey & Company, em um post na rede social LinkedIn em outubro do ano passado. McNulty explica à BBC News Brasil que a procura começou a aumentar nos últimos dez anos graças a popularização de novas tecnologias. “Multiplicaram-se as oportunidades para matemáticos”, diz McNulty. “Muitas empresas e organizações passaram a trabalhar com grandes quantidades de dados, sendo que antes costumavam se restringir a pequenas planilhas." Menos faltas e mais foco: o que diz quem passa pelo teste da semana de 4 dias no Brasil ‘Achei que era golpe’ Essa alta demanda por profissionais da matemática e áreas correlatas produz um efeito em cascata em que as universidades saem à caça de jovens promissores nas salas de aula das escolas. "Quando recebi o e-mail, não acreditei. Achei que era golpe", diz Paula Eduarda de Lima, de 18 anos, que recebeu um convite da FGV para participar de uma preparação para o vestibular. Caso fosse aprovada, ela tinha a garantia de que receberia uma ajuda financeira para se mudar de Jaboti, no interior do Paraná, para estudar sobre ciência de dados e inteligência artificial no Rio. Ela não foi o único caso. A FGV tem oferecido uma série de benefícios a estudantes de todo o Brasil que sejam medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Indústrias tecnológicas têm puxado a demanda por profissionais ligados à matemática Getty Images/ via BBC Paula Eduarda havia chamado a atenção ao ganhar a prata em 2021. Por dois anos seguidos, ela também foi ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). Filha de pequenos agricultores, Paula Eduarda aceitou o convite. Hoje, está no segundo ano do curso. "Moro com os outros bolsistas em um hotel e recebo R$ 2,4 mil por mês de apoio", conta a estudante, que vê na matemática uma forma de "crescer na vida". No futuro, ela diz se vê trabalhando com análise de dados em uma grande empresa ou como pesquisadora em uma universidade. Chefe na Argentina viraliza ao receber pedido de reembolso de funcionário por gastos com viagem de férias Como a matemática movimenta a economia Os rendimentos de empregos ligados à Matemática compõem 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo um estudo do instituto Itaú Social feito em parceria com o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). De acordo com o estudo, homem e pessoas brancas ocupam a maioria dos empregos intensivos em matemática, com participação de 69% e 62%, respectivamente, embora sejam minoria na população em geral, com uma representação de 48,5% e 43,5% entre os brasileiros como um todo. Divulgado no final do ano passado, esse foi o primeiro levantamento feito para estimar como estas profissões movimentam a economia do país. Em outros países essa participação é ainda maior, diz Marcelo Viana, presidente do Impa. Na Inglaterra, 15% do PIB é representado pela matemática e suas aplicações, aponta Viana. Na França, são 18%. “Algoritmos, a ciência de dados e campos relacionados progridem rapidamente por serem cada vez mais presentes no dia a dia, nos produtos e softwares que usamos, com grande peso na economia", explica Viana. Nos Estados Unidos, o governo estima que o número de vagas para matemáticos e estatísticos no mercado vai crescer 30% entre 2022 e 2032. A média salarial está hoje na faixa dos US$ 100 mil por ano (quase R$ 500 mil) — aproximadamente o dobro do ganho médio de um americano. Um profissional da área tem, em geral, mestrado em matemática ou estatística, segundo o levantamento do governo americano, mas algumas vagas aceitam apenas diploma em graduação. É uma realidade bem diferente do que a que Keith McNulty, diretor da McKinsey, encontrou no passado. "Quando me formei no doutorado, há 25 anos, saí perdido porque, naquela época, a única opção para matemáticos parecia ser ir para o meio acadêmico, algo que eu não achava gratificante", comenta McNulty. Quem são os 'manobristas' de navios que podem ganhar até R$ 300 mil Quanto ganha um matemático no Brasil? Na área, são os professores de ensino fundamental que têm a menor média salarial Getty Images/via BBC O levantamento do Itaú Social e do Impa apontou que, no Brasil, os salários mais baixos são justamente os de professores de matemática do ensino fundamental, em torno de R$ 2,5 mil. Já as vagas nas áreas de pesquisa e engenharia giram em torno de R$ 8,3 mil por mês. Os executivos em empresas públicas, categoria com o maior salário médio do estudo, recebem cerca de R$ 14,4 mil reais. Os salários no mercado privado podem ir ainda mais além. Uma empresa de inteligência artificial de São Paulo, por exemplo, paga entre R$ 15 mil e R$ 20 mil para profissionais mais experientes, com doutorado e alguma experiência corporativa, segundo apurou a reportagem. Mas, de acordo com um executivo da empresa, esses valores ainda assim ficam “abaixo da média” do setor, e é preciso sinalizar que isso será compensado por futuros bônus e opções de ações para conseguir recrutar os melhores. Isso ajuda a entender porque a grande maioria dos colegas de Fernanda Escovino que também estudaram matemática trabalham na área de dados de grandes empresas e do mercado financeiro. “São pouquíssimos os que viram professores e pesquisadores", diz ela. Ela conta que, antes de entrar na faculdade, pensava cursar engenharia "justamente pelo preconceito que se tem de achar que a única opção para matemáticos é se tornar professor". Mas Fernanda diz que se apaixonou pela matemática depois de assistir a uma aula na faculdade. "O ponto de vista da matemática ensina sobre um tipo de raciocínio lógico que é importante em muitas carreiras, ainda mais nos dias atuais, com a popularidade da ciência de dados", diz Fernanda, que é diretora de dados e inovação. "As pessoas ao redor estranham, mas os cargos nos quais estão os matemáticos têm títulos que para alguns não lembram a nossa disciplina." 5 países com melhor equilíbrio entre vida pessoal e trabalho Os gargalos para o Brasil se tornar potência da Matemática Carências do Brasil na educação em matemática colocam em questão o ritmo com o qual país conseguirá atender a demanda por profissionais Getty Images/via BBC Se por um lado as novas profissões viraram um chamariz para a matemática, isso virou um problema para a formação de novos professores. Os baixos salários pagos para quem dá expediente na sala de aula faz com que menos matemáticos procurem a licenciatura, diz Marcelo Viana, do Impa. Isso cria um gargalo importante no Brasil e em outros países. Em 2022, o matemático Christophe Besse, presidente do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês), apontou para uma tendência paralela. "Há uma diminuição no número de professores e pesquisadores e, assim, uma menor capacidade de ensino", alertou Besse. Outro problema, diz Viana, é que o Brasil "não tem acompanhado a demanda" na formação dos estudantes. Uma evidência disso, aponta o presidente do Impa, são os resultados do Pisa, a principal avaliação de educação básica no mundo. Enquanto os 38 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), apelidada de "clube dos ricos", tem em média 31% dos alunos com baixo desempenho em matemática, o índice é de 73% no Brasil. Isso quer dizer que sete em cada dez jovens do país não conseguem fazer os cálculos mais simples. "Se considerar aqueles que alcançaram um nível mínimo de conhecimento para ambicionar ingressar em profissões que exigem o domínio da Matemática, aí a porcentagem é ínfima, de 4%", diz Viana. "O Brasil tem uma carência enorme, por consequência de problemas estruturais de nosso ensino, que inclusive faz com que a matemática seja vista como um bicho-papão pelos estudantes.” A bióloga Cristina Caldas, diretora de ciência do Instituto Serrapilheira, dedicado à valorização do conhecimento científico, defende ser preciso mais estímulo público e privado para ampliar a formação na área. "Iniciativas que mostrem como modelos matemáticos, algoritmos e afins estão por trás de grandes avanços que atendem demandas atuais, como o combate a epidemias e o progresso da computação", diz Caldas. O Brasil pode com isso se tornar “um país rico em ideias que possam solucionar problemas urgentes da sociedade atual", defende a bióloga. O Serrapilheira está com agora em sua 7ª Chamada Pública de Apoio à Ciência, destinada ao financiamento de pesquisadores nas áreas de ciências naturais, computação e matemática em início de carreira interessados em resolver grandes questões nos campos em que atuam. Desde 2018, 24 projetos foram aprovados na área da matemática, com um total de investimentos na casa de R$ 7,5 milhões. Em ciências da computação, foram outros 15 projetos, com investimento de R$ 3,1 milhões. Keith McNulty, da McKinsey, ressalta, para quem quer ganhar a vida com a Matemática, que o mercado mudou bastante nos últimos 25 anos. “A diferença agora está na grande quantidade de dados com a qual temos de trabalhar e na complexidade dos problemas matemáticos enfrentados", diz o executivo. McNulty ressalta, no entanto, que no contexto atual de alta procura pela indústria da tecnologia, não basta ter formação na área. Por isso, ele aconselha: "Torne-se competente em linguagem de programação, caso queira tirar o melhor de suas habilidades matemáticas em sua futura carreira”. A perigosa moda de funcionários gravarem demissão para postar no TikTok Veja também: O que diz quem passa pelo teste da semana de 4 dias no Brasil